D Ai rapariga, rapariga, rapariga A Tu só dizes disparates, disparates, disparates E tanta asneira, tanta asneira, tanta asneira Que p'ra tirar tanta asneira D Não chegam cem alicates. D Mas tu não sabes, tu não sabes, tu não sabes Que isso de dar um beijinho G Já é um costume antigo D Ai quem te disse, quem te disse, quem te disse A Que lá por dares um beijinho D Tinhas de casar comigo. A D - Ó chega cá... - Não vou. A D - Tu és tão linda... - Pois sou. A D - Dá-me um beijinho... - Não dou. E Interesseira, convencida, ignorante, foragida, sua burra És a miúda mais palerma, camelóide que eu já vi, A Mas por que raio é que tu queres os beijinhos só p'ra ti? D Ora dá cá um E a seguir dá outro, A Depois dá mais um que só dois é pouco Ai eu gosto tanto e é tão docinho D E no entretanto dá mais um beijinho. D Ai rapariga, rapariga, rapariga A Dás-me cabo do miolo, p'ra te levar com cantigas Ai mas que coisa, mas que coisa, mas que coisa D Diz lá por que é que não és como as outras raparigas Quando eu pergunto se elas me dão um beijinho, Dão-me tantos, tantos, tantos G Que parecem não ter fim D E tu agora estás com tanta esquisitice A Que qualquer dia já queres D E não sabes mais de mim. A D Dás ou não dás?...- Não e não! A D Então dou eu...- Oh! isso não. A D Dá-me um beijinho...- Não dou não. E Não dás porquê, sua esganada, egoísta, malcriada, sua parva Só se pensas que eu acaso tenho a barba mal cortada A E vê lá se tens receio que a boca arranhada. A D Então vá lá...- Já disse. A D Eu faço força...- Oh! que parvoíce. A D Dá-me um beijinho...- Oh! Que chatice! E Analfabruta, pestilenta, hipocondríaca, avarenta, bexigosa Vou comprar um dicionário que só tenha nomes feios A Que é p'ra eu tos chamar todos até teres os ouvidos cheios D Ora dá cá um E a seguir dá outro, A Depois dá mais um que só dois é pouco Ai eu gosto tanto e é tão docinho D E no entretanto dá mais um beijinho.
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